Essa é uma daquelas histórias de amor clichê, que a gente sabe onde vai parar. O cara não tão bonito, nem tão popular, se apaixona pela moça mais gata do colégio. Tímido, a única coisa que consegue fazer é encará-la todos os dias, no intervalo das aulas, enquanto come uma prato de arroz, feijão e salsichas com molho. Ela não dá bola, continua a comer sua esfiha com coca-cola, cercada de amigos, sorrisos e invejas. Ela causa inveja, com certeza. Ele sente inveja dela. Ali, encostado com seus "colegas", imagina como seria a vida caso fosse popular. Talvez fosse mais fácil de se aproximar, contar uma piadinha na intenção de encantá-la, como acontecia com as moças não tão bonitas das mesas ao redor da sua, em sala de aula. Passa um, dois, três anos. Termina o colegial e o clichê. A moça nunca reparou no amante do outro lado do pátio. Por sua vez, ele esquece-se dela. Saiu da escola, arrumou emprego, passou no vestibular e até arrumou uma namorada, ainda mais bonita do que sua paixonite adolescente. Nunca conseguiu um beijo, um abraço, nem uma troca de palavras qualquer. Passou este período chato da sua vida arrependendo-se de não ser tão legal, tão bonito e tão simpático quanto os que rondavam aquela moça, que hoje em dia já não machuca nem faz chorar como antes. O que ele não sabe é que a vida tratou de cuidar de outros pontos da sua existência. Num futuro ele será feliz, mas nunca se perdoará por não ter feito aquela piada na fila da cantina quando ela estava logo atrás, toda ouvidos, só para ele.
Lembrei de um filme e resolvi escrever isso, e cada dia a certeza aumenta em mim: Na dúvida... FAÇA.
É muito melhor na velhice tu contar para teus netos algo que deu errado, do que começar a história para eles e não ter um final porque não fez.
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